08/05/2006

EIS A URZE




Eis a urze!

Delicada na aparência,
soando a violino quando a brisa lhe sopra os ramos,
tão suavemente perfumada, que só quem a conhece lhe identifica o aroma!

A urze estende as suas flores por campos e campos que tinge de roxo, lilás, rosa e branco.

Se tocada por nossas mãos, percebemos-lhe a aspereza que explica a sua resistência tenaz contra as inclemências do tempo.


Se tocada por nós, solta sons de guizos: as sementes que deixa escapar para que amadureçam no chão quente e criem vida nova.

A urze cresce conforme pode: altíssima se a terra é funda; rasteira se logo encontra rocha.

A raíz da urze é retorcida; magnífica para esculpir à navalha; excelente para lançar ao lume e dar muito calor.

A urzeira, por ser tão densa e arejada, é abrigo escolhido pela passarada. O chedre nidifica nela, regressando todos os anos.




1 comentário:

Anónimo disse...

Tropecei em ti num dos cantinhos do Jofre Alves e como gosto de quem me sabe falar das urzes, creio que gosto de ti, porque me sabes falar delas. Porque me sabes falar da «mãe», das nossas mães e porque, certamente me saberás falar, escrevendo de muitas mais coisas. Voltarei a passar por cá e a dizer olá. Se calhar, nem verás este comentário, mas verás outros!