22/05/2011

SHARIA

De alguns (poucos)jornais:





Os americanos adiantaram-se, para minha pena. À criatura deveria ser-lhe aplicada a Sharia - que defendia só para os outros, pelos vistos! Nesta criatura nem, ao menos, a coerência se aproveita. Que nojo!



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 Aqui fica o texto mordaz que Alberto Gonçalves dedicou hoje ao assunto, na sua crónica dominical no DN. Eu não sou capaz de ser tão simpática!

As 72 virgens podem esperar

É um sinal das prioridades da época que a detenção de Dominique Strauss-Kahn abafasse a notícia da semana: a descoberta de vasta colecção de pornografia no esconderijo de Bin Laden. É sempre bom perceber que o transtornado asceta possuía semelhanças com o comum dos mortais. Uma das semelhanças, aliás demonstrada em segundos pelos militares americanos, consistia na mortalidade propriamente dita. A outra era o facto de apreciar um bom forrobodó.

Presumivelmente ao contrário do material em causa, as fontes da Casa Branca não são muito explícitas sobre o tipo de pornografia encontrado. Se sabemos tratar-se de cassetes vídeo, arcaísmo necessário numa casa sem internet, não sabemos detalhes acerca dos realizadores das fitas, nem dos respectivos actores, enredo, tara ou orientação sexual.



Afinal, eles não nos detestam por sermos como somos: detestam-nos por se terem proibido de ser iguais a nós, pormenor que os torna mais humanos. Doidos varridos, mas humanos.
Pelos vistos, o ódio desses fanáticos ao Ocidente não se deve aos princípios éticos e religiosos que nos abstemos de respeitar: deve-se à assaz terrena inveja. O problema não é a facilidade com que contemplamos mulheres despidas ou a tolerância que dedicamos aos homossexuais. O problema é a dificuldade dos fanáticos em aceder ou tolerar as mesmas licenciosidades, para citar a imortal expressão do prof. Freitas do Amaral. Remexidos com jeitinho, os armários de Bin Laden ainda revelarão garrafas de uísque, bifanas, colectâneas musicais, arte sacra e toda a parafernália pecaminosa de que os taliban e aparentados se auto-excluíram.
De qualquer maneira, sendo curiosa o fascínio de Osama pelo exacto deboche que, em parte, lhe justificava a jihad, a contradição não é inédita. Quando a guerra no Afeganistão começou a espantar os terroristas das suas tocas, nas tocas ficaram retratos dos valentes guerrilheiros maquilhados e travestidos.

07/05/2011

Vale, mesmo, a pena ver, sobretudo pelo final.