29/01/2008

Cada lugar imagina a face de Minerva segundo a coruja que tem.
Em todos os sítios é bela!
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O olhar desperto e atento é instrumento de conhecimento. O seu conhecimento meditado frutifica em sabedoria. Minerva personifica a RAZÃO humana. Ela é a filosofia.

*

Há pessoas que têm os olhos de Minerva.
Há pessoas que são capazes de compreender;
há pessoas sábias e
há pessoas tão sábias que até compreendem a estultícia alheia.

Há pessoas sábias que são governadas
por outras pessoas que nada mais são do que membros articulados.
Há pessoas que gostariam de mostrar às mãos que as governam
que o mundo não termina no seu olhar voltado para dentro.
Há pessoas que gostariam de mostrar aos pés que as pisam
que o mundo é maior do que os passos que são capazes de andar!

*

Há pessoas que espantam como, de tão pequenas por dentro,
conseguem ocupar tanto espaço no mundo:
o espaço das pessoas verdadeiras!
Há pessoas que espantam como, de tão pardas,
se imaginam com o brilho de todas as estrelas do universo
e incham na proporção daquilo que imaginam...
até não sobrar espaço para a luz. Nem para a ideia de luz!

*

E há as vozes!
Vozes que, quem as tem, deveria obrigar-se a ouvi-las
tantas vezes quantos os ouvidos que teimam em ferir.

*

E há a "Cena do Ódio"
que só não a escrevo
porque Almada já o fez por mim!

*

Ah! Minerva! Foi bênção ou maldição quando me ofereceste o teu olhar?

23/01/2008

A morte

Há muito tempo que não lia nada tão belo. Integro-o, por isso, em antologia pessoalíssima.

Não há mortes naturais. Todas as mortes são injustas como uma culpa infundada, e inúteis como uma heresia. Mas a morte de um bebé é a mais injusta de todas as mortes. Um bebé que morre não é, apenas, um projecto desfeito, um milagre anulado, um doce peso que se transportou nos braços, uma promessa incumprida e um desejo irrealizado. Um bebé que morre, e que morre assim, é uma acusação lívida, um dedo apontado, uma censura muda, porém terrível.

Baptista Bastos, "Os Jogos dos Acasos" in DN de 23 de Janeiro de 2008

22/01/2008

quando Maomé não vai à montanha...

...vai a montanha a Maomé!
E como o sapo continua a dar problemas por causa das novidades que inventa, não me resta alternativa a não ser colocar aqui os gráficos que tinha prometido aos meus alunos.
Eis, então, como se comprova a corrida aos armamentos. Tão armados, todos os países crêem que vão ganhar a guerra. É só esperar pelo pretexto.
















Depois de observares os gráficos, responde:
1 - Quais os países que mais investem na preparação para a guerra?
2 - A partir de que data se torna evidente que a Alemanha deseja a guerra?
3 - Qual dos países está mais preparado para a guerra no mar?
4 - O crescimento da força naval inglesa acentua-se a partir de 1890. Porquê?

19/01/2008

Interlúdio

Porque não há tempo para mais...



Chamam-lhe "Órgão do Mar" e fica em Zadar, na Croácia

10/01/2008

Já é casada?

A sala dá para o pátio. A porta estava aberta, porque isto de respirar ar saturado não faz bem a ninguém.
A turma estava sentada e preparava-se para começar os trabalhos.
À porta, um dez reis de gente, de três palmos de altura e não mais do que dez anos, espreitava sem cerimónia. A professora encarou-o e, com o olhar, perguntou-lhe "que fazes aí?" Mas o vintém não se deu por achado.
De chofre, insinua-se:
"Desculpe, já é casada?"

06/01/2008

Dia de Reis

Imagem retirada daqui

António Barreto e o Público que me perdoem...

Não sei se Sócrates é fascista. Não me parece, mas sinceramente, não sei. De qualquer modo, o importante não está aí. O que ele não suporta é a independência dos outros, das pessoas, das organizações, das empresas ou das instituições. Não tolera ser contrariado, nem admite que se pense de modo diferente daquele que organizou com as suas poderosas agências de intoxicação a que chama de comunicação. No seu ideal de vida, todos seriam submetidos ao Regime Disciplinar da Função Pública, revisto e reforçado pelo seu Governo. O Primeiro-Ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra a autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas.

Temos de reconhecer: tão inquietante quanto esta tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder é a falta de reacção dos cidadãos. A passividade de tanta gente. Será anestesia? Resignação? Acordo? Só se for medo…


António Barreto, "Sócrates e a Liberdade" in Público 6 de Jan. 2008´

E porque a pergunta final é interrogação retórica, abstenho-me de comentar.

02/01/2008

Enquanto há força


Roubo ao Zeca Afonso o título do artigo.

Por enquanto vou sendo capaz de resistir à voragem que a leitura das leis, dos decretos normativos, dos despachos que explicam os decretos normativos e dos esclarecimentos aos despachos impõe aos professores ( não sei se, também, ao comum dos cidadãos). Revolta-me o turbilhão em que o ensino foi posto e a minha revolta traduz-se, não em gritos, mas no não perder de vista o essencial. E o essencial é o ensino, ele próprio. Por isso continuo a ensinar e insisto em recusar a ideia de que aprender é algo acessível a poucos; por isso me oponho à ideia de que a escola pública existe com o único fito de guardar crianças, não importa como nem a fazer o quê, antes de atingirem a idade de trabalhar (ideias jamais declaradas mas evidentes para quem se der ao trabalho de interpretar as políticas). Por isso me dou, exijo em troca e não fico surpreendida.

O ensino da História não pode conviver com o desconhecimento da Língua Portuguesa. Enfureço-me (com quem o permitiu) e entristeço-me (com os alunos) quando constato - e constato diariamente - que a garotada não aprendeu a escrever frases e é incapaz de estabelecer um raciocínio lógico e argumentativo, de estabelecer relações de causa/efeito porque, nem sequer, sabe o significado de causa e efeito. Também é incapaz de guardar grande coisa na memória. A simples e essencial memória de trabalho não comporta mais do que uma palavra!
Não aceito conformar-me com isto e, se recorro ao ensino tradicional (que manda decorar o que a isso se presta) para desenvolver a memória, socorro-me de outras manhas (desculpem-me se não digo estratégias, mas eu não estou em guerra com os alunos) para conseguir que os meus meninos aprendam a interpretar o mundo e a expressar o pensamento.

Escrever um poema não resulta, normalmente, de uma inspiração qualquer. Um poema é feito de muito trabalho e da obediência a regras, sejam elas conhecidas ou, simplesmente, intuídas. Expliquei aos meus alunos o que foi a cultura cortesã nascida na Idade Média, declamei-lhes muitos poemas e ensinei-lhes a importância das cantigas de amigo. Mostrei-lhes as regras das cantigas paralelísticas e, em conjunto, turma a turma, escrevemos uma para exemplo. Depois, pedi que cada um escrevesse a sua, obedecendo àquelas regras. Ultrapassada a inibição inicial e a vergonha que os rapazes tinham de escrever no feminino, num leva e traz constante (corrige aqui que não rima bem; este verso está muito longo...)os resultados foram os que esperava: francamente bons. Um não foi capaz de obedecer ao paralelismo (mas é a melhor de todas as cantigas, quanto a mim) e a outro saiu uma cantiga de amor. Para que o ramalhete ficasse mais vistoso, nem sequer faltaram as cantigas de escárnio.


Eis alguns exemplos. Os autores têm treze anos e dois deles são autistas. Repare-se na mestria com que alguns refrões foram introduzidos e na delicadeza de todos eles.


Amor, que já foi perdido
Porque não cedes ao meu pedido?
Esquecer-te irei? Não!

Amor que já foi amado
Porque não cedes ao meu rosto molhado?
Esquecer-te irei? Não!

Porque não cedes ao meu pedido?
É amor não correspondido.
Esquecer-te irei? Não!
Melissa Jorge

Ai estrelas deste céu brilhante
Aliviai-me desta dor constante
Da saudade!

Ai estrelas deste céu imenso
Aliviai-me desta dor intensa
Da saudade!

Aliviai-me desta dor constante
Para que saia triunfante
Da saudade!
Oana Zepa

Sobre aquelas águas brilhantes
Em ondas sempre constantes
Chegava meu amigo.

Sobre aquelas águas sombrias
Em ondas largas e frias
Chegava meu amigo.

Em ondas sempre constantes
Vindo de terras distantes
Chegava meu amigo.
Catarina Lopes





Ai grande rio Tejo
Bem sabes quanto desejo
Do meu amigo saber.

Ai grande rio tão belo
Bem sabes que tanto quero
Do meu amigo saber.

Bem sabes que desejo
E há longo tempo anseio
Do meu amigo saber.
Raquel Silva

Ai que brisa perfumada *
Tão fresca que me agrada
Assim como a minha amada
Tão serena e cobiçada!

Ai que lindo bosque
E árvores de tão alto porte
Assim como a minha amada
Tão serena e cobiçada!

Ai que linda e branca
Como ela é tão branda
Que só de olhar encanta!
Assim é a minha amada
Tão serena e cobiçada!
Manuel Couto * c. amor

Enquanto os barcos velejavam
E as águas se agitavam
As sereias cantavam!

Enquanto os barcos navegavam
E as águas se turvavam
As sereias cantavam!

E as águas se agitavam
Quando os amigos falavam
As sereias cantavam!

E as águas se turvavam
Quando os amigos se amavam
As sereias cantavam!
João Anselmo
Os pássaros voavam
Suas asas agitavam
E as saudades apertavam.

Os pássaros cantavam
Suas asas repousavam
E as saudades apertavam.

Suas asas agitavam
Pelos ventos que passavam
E as saudades apertavam.

Suas asas esticavam
Pelos ventos voavam
E as saudades apertavam.

Pelos ventos voavam
Mas notícias não chegavam
E as saudades apertavam.
Mauro Rodrigues

Sentada na areia
À espera da lua cheia
Pensava e murmurava.

Sentada no abrigo
À espera do meu amigo
Pensava e murmurava.

À espera da lua cheia
Sem te tirar da ideia
Pensava e murmurava.
Ricardo Borrego


Amigo meu, que estás na guerra,
Quando regressas à terra?
Levada de saudades sou!

Tão longe estás amigo meu
Que regresses bem, oro ao céu.
Levada de saudades sou!

Se virdes meu amado
Dai-lhe o seguinte recado:
Levada de saudades sou!

Esperançada no seu retorno
Me preparo e me adorno.
Levada de saudades sou!

Ouvindo os seus passos estou;
Para meu amigo eu vou.
Levada de saudades sou!
David Direito
À porta da estalagem
Pareceu-me ver a tua imagem.
Continuei viagem!

À porta do teu abrigo
Pareceu-me ver alguém contigo.
Continuei viagem!

Pareceu-me ver a tua imagem:
Eras mesmo tu, abencerragem!
Continuei viagem!
Rafael Oliveira


O Zé e a Rafaela não me falharam com duas belas iluminuras: aquelas que ilustram o artigo!
Perante isto, bem pode o poder político maçar-me. Eu olho para os meus garotos e sigo em frente. Enquanto há força!

01/01/2008

Há quem lhe chame civilização!

O País estava em insurreição geral. Junot, formado na guerra clássica, acredita que a vitória depende da conquista das cidades; por isso ordena a Loison que vá tomar o Porto. Mas a Loison (e a todos os outros generais, por todo o País) depara-se um tipo diferente de guerra. É todo um povo em armas - paus e chuços - que se alvoroça e rebela contra os ocupantes, que ataca quase sempre de improviso e faz nascer a guerra de guerrilha. Estamos em 1808.


Loison saiu de Almeida a 17 de Junho. A 20, chegou a Lamego, que se rendeu imediatamente. A 21 atravessou o Douro próximo da Régua, em direcção a Mesão Frio (...). Quando, porém pretendeu continuar para Amarante e penetrou nas montanhas, foi para assistir ao fim do que tinha sido, até ali, o passeio militar francês em Portugal. Uma considerável força de paisanos, religiosos e quatro dúzias de fidalgos e oficiais (...) investiu contra os flancos e a retaguarda da coluna de Loison. (...)

Loison sofreu baixas significativas. (...)

Impedido de prosseguir, Loison recuou para a Régua, constantemente embaraçado pelas guerrilhas. Perto da Régua e, depois, na travessia do Douro para Lamego, o ataque intensificou-se e os franceses sustentaram de novo pesadas perdas em homens e material. Pela primeira vez, os «gloriosos conquistadores da Europa» fugiam. E fugiam diante de uns milhares de paisanos, com paus e piques e a rara espingarda raramente nas mãos de vocações naturais, como a do frade dominicano José de Jesus Maria, o «frade branco» que depressa se celebrizou pela sua infalível pontaria e a impressionante quantidade de soldados inimigos de que piedosamente aliviou a pátria martirizada.

Perante a inesperada eficácia da rebelião, Loison adoptou, quase como reflexo, a única estratégia coerente de contra-guerrilha: as represálias maciças sobre a população civil. Na impossibilidade de encontrar e bater os insurrectos, que esta escondia e apoiava, a única alternativa lógica (embora não exactamente moral) consistia em obrigá-la a mudar de campo, pagando largamente em vidas e em bens portugueses qualquer gesto contra o ocupante. (...)

À eleição destes métodos, no futuro banais, de sufocar o levantamento, e não à sua crueldade privada, deve o «maneta» Loison (não tinha um braço) a sua presente má reputação, como também por causa deles a locução «ir para o maneta» se fixou perenemente na língua. A campanha repressiva abriu, logo após a primeira derrota dos invasores, com o saque da Régua e, em toda a sua longa retirada para a fortaleza de Almeida, a coluna (que «diminuía a cada passo») queimou searas, casas, celeiros, matou homens, mulheres, crianças e velhos (...)

Acontece que a política de tomar um país por refém ou elimina totalmente a resistência ou, pelo contrário, a redobra. No caso, redobrou-a. As áreas que não se haviam «levantado», «levantaram-se nas costas do Maneta», i.e., assim que a coluna punitiva se afastou; e na sua frente, quando se espalhou a notícia dos crimes e devastações que cometera a revolta e a oposição violenta pareceram mais económicas e, principalmente, mais seguras, do que a submissão resignada, ao saque, ao fogo e à morte. Serpentina, uma aldeia perdida, ao pé de Celorico, é um exemplo típico. Os habitantes organizaram patrulhas para vigiar os movimentos de Loison. À sua aproximação, os homens fugiram, deixando para trás apenas o juíz ordinário e mulheres, crianças, inválidos ou velhos, que Loison matou. Numa palavra, a intimidação falhara e os franceses tinham agora de lutar contra um povo em armas.

Junot dá o Norte por perdido, mas não pode perder o centro e o Sul. Reúne as tropas entre Peniche, Santarém e Setúbal e decide enviar uma expedição a Leiria e Tomar, e outra ao Alentejo. O pensamento era o mesmo do do Maneta: destruir para intimidar.

Entretanto, os chefes menores, que estavam no campo, adiantavam-se por sua iniciativa (...). Em Beja, Maurasin assassinou 1200 pessoas e permitiu também a pilhagem, as violações, a profanação de conventos e igrejas. Enquanto Kellerman, que lhe encomendara esta meritória missão, proclamava em tom cesárico, para edificação da província: «Habitantes do Alentejo! Beja tinha-se revoltado, Beja já não existe.» Já não existiam, de facto, neutros, as cidades viam-se colectivamente declaradas «criminosas» ou «inocnetes» e toda a gente nelas tratada como tal. De norte a sul, a repressão assumia formas idênticasd por idênticas razões. Mas com resultados semelhantes. Em menos de três semanas, o Alentejo estava outra vez insurrecccionado e Évora restaurava o Príncipe Regente. (...)

A campanha de Loison no Alentejo foi, sem dúvida, a mais brutal da primeira invasão. O exército marchava em território absolutamente hostil. Os habitantes dos casais, das aldeias e das vilas fugiam à sua aproximação, levando consigo tudo o que podiam e, sobretudo, víveres. Em breve, os franceses ficaram sem vinho, carne, pão e água. Os soldados deliravam de sede. (...)

A dureza das condições que havia sido obrigado a suportar não inclinou o exército ocupante à moderação. A 28, perto de Montemor, destroçou uma força mista de paisanos, milícia e regulares espanhóis. A 29, surgiram em frente de Évora 10 000 franceses, dispostos não simplesmente à guerra, mas a uma vingança exemplar. No interior da cidade os rebeldes sabiam também que não lhes seria concedido quartel e mesmo os puros «civis», instruídos no destino de Beja e Vila Viçosa, não alimentavam ilusões sobre a sua probabilidade de salvação. Isto provocou uma luta tenaz e desesperada. Apesar da enorme superioridade técnica e numérica de Loison, os defensores da cidade aguentaram duas ofensivas gerais e só abandonaram os baluartes à ponta de baioneta. O próprio avanço dos franceses no interior de Évora foi duramente ganho, rua a rua, casa a casa, contra o «fogo terrível» que paisanos e milícias faziam das janelas, telhados e torres das igrejas. Segundo fontes oficiais do exército invasor, só da parte dos vencidos o custo das operações militares - i.e., excluindo a «carnagem» que lhes sucedeu - chegou a 5000 mortos e 2000 feridos e prisioneiros. E o saque e as execuções com que se celebrou a vitória aumentaram a conta para 8000 mortos e não se sabe quantos feridos. (...). No fim do dia, os soldados franceses recusavam-se a entrar no pelotão de fuzilamento. Mataram-se, é claro, as pessoas apanhadas de armaa na mão. Mataram-se as mulheres, velhos e crianças indiscriminadamente ou por acidente. Mataram-se dezenas de religiosos (...), a quem se deu, como a «feras», sistemática «montaria», por simples retribuição do papel do clero no levantamento. Assaltaram-se as igrejas e conventos, onde a população ingenuamente se refugiara, que se pilharam depois de ponta a ponta, do «santo tabernáculo» às sacristias e oratórios. Não se «poupou a decência, virtude e honestidade» das freiras. Por seu lado, os roubos atingiram extremos raros de minúcia e rapacidade. Desde o ouro e a prata da Sé e do Paço Episcopal ao ouro e à prata dos «remates» de «pequenas e delicadas peças» do museu privado de Frei Manuel do Cenáculo, desde o anel do bispo (que lhe tiraram do dedo) a cavalos e carruagens, desde móveis e roupas a géneros alimentares, nada escapou ao imperial apetite do ocupante. À noite, acompanhado de quarenta oficiais, Loison apresentou-se no Paço Episcopal. Ao que parece, queria jantar. Mas não jantou. Porque não havia de quê e as suas tropas tinham assassinado o cozinheiro.

Vasco Pulido Valente, Ir Prò Maneta, Lisboa, Alètheia Editores, 2007 (pp 65-75)


Eis aquilo a que alguns bem pensantes continuam a chamar a civilização que os franceses fizeram o favor de nos trazer!

Como o País volta a estar a saque (sem precisar de mãos estranhas), não me lembrei de nada mais verdadeiro para publicar em dia de ano novo.