Ontem, saudades de um. Hoje saudades de outro - Mário Cesariny, poeta e pintor do surrealismo português.
Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos
ESTADO SEGUNDO
XX
Não houve
nunca
acima do mundo
a alegre aventura
de um sol militar
2 comentários:
Também fizeste a Cesariny uma merecida homenagem.
É um dos últimos a deixar esta vida.
Somos nós quem tem de ajudar a divulgar a obra deste combatente, e de outros!
Começando por adoptar Cesário Verde como um dos seus preferidos, Cesariny viajou sempre à frente do tempo.
Bem escolhidos os exemplos que aqui deixaste, exemplificativas da diversidade da obra do poeta-pintor, ou pintor-poeta, que importa? Não se tente definir um artista. Não se rotule Cesariny!
Um abraço.
Jorge
Quando a gente pensa: acabou por agora, eis que há mais alguém que nos deixa. Trabalhou, incansavelmente, até há dois meses.
Não sei o que prefiro, se a sua pintura, se a sua poesia. Acho que prefiro ambas, reunidas.
Um abraço também
Enviar um comentário