27/02/2008

Avaliações

1 - Os serviços do M. Educação avaliam as direcções das escolas e os coordenadores de departamento.

2 -
As direcções das escolas avaliam os coordenadores de departamento e restantes professores.

3 -
Os coordenadores de departamento avaliam os professores dos seus departamentos.

4 -
Para todos: membros da direcção; coordenadores e restantes professores há quotas na atribuição das duas classificações máximas, ou seja:

quem avalia é candidato à mesmas (escassas) classificações dos avaliados.

Onde está a seriedade do processo?

Mas só eu é que reparo nisto?

8 comentários:

Jorge P. Guedes disse...

Ainda nem li essa trapalhada!

Do que já ouvi, parece-me uma coisa assustadoramente intrincada e de honestidade duvidosa!

Um abraço.
Jorge G.

MPS disse...

Caro Jorge

Bem sei que não é de teu feitio importares-te com estas coisas, mas olha que os tempos não estão para desprendimentos. É só um conselho de quem te quer bem, mais nada.

Um abraço

Anónimo disse...

O senhor Presidente do Conselho, bacharel Pinto de Sousa, tinha razão, ou fugiu-lhe a boca para a verdade, quando há dias denominou «ministra da avaliação» a senhora Maria de Lurdes.

Tudo isto faz parte do afã reformista (= mudar, mas não necessariamente para melhor) dum desgoverno que apelidou a classe de «professorzecos». Também não estou a inventar: D. Maria de Lurdes, numa reunião do PS incriminou dois deputados de darem voz a «professorzecos» (jornal PÚBLICO, de 25 de Janeiro de 2008). Uma senhora com trejeitos autoritários e descabelados sentimentos contra os professores.

Apesar do grande paixão que esta gentalha assevera ter pela maviosa Educação, têm sistematicamente empurrado o ensino para descaminhos.

Esta avaliação do desempenho mais parece um circo de compadrio, uma inqualificável vergonha e cria um dilema horrendo, que deixa de fora a verdade pedagógica: ou as notas ou a carreira.

Sou pai (de excelentes alunos, por sinal), fui presidente duma Associação de Pais e Encarregados de Educação (que de pronto me demiti para não aturar aquela fauna), e não sei o que pretendem com aquela «participação qualificada de agentes da comunidade local» no novo regime de gestão escolar.

Já dizia o meu avô, um sábio: «isto mudar, muda; mas nunca melhora»!

MPS disse...

Caro Jofre

Muito sábio, o seu avô. Muito! E o neto, que não degenera, mostra-se de um civismo exemplar.

Gosto de pensar pela minha cabeça mas, às vezes, as pessoas escrevem antes de mim e é por isso que me socorro de Vasco Pulido Valente que diz, mais ou menos, o seguinte: a este governo importam as "medidas". Se são pensadas ou não, se são nefastas ou não, se são necessárias ou não, isso não importa. Importa é que haja medidas. E continua: uma medida foram as aulas de substituição. Não se diz para que servem, se serviram a alguém ou que propósitos devem cumprir. Mas tomou-se a medida e isso é que importa!

Ao pensar neste governo, eu já o tinha associado a um braço mecânico: age automaticamente, age porque sim e no agir se esgota a sua existência. Até que a energia se esgote! Entretanto, só podemos ir somando os custos.

Apreciei sumamente a designação de "Presidente do Conselho" para o nosso bacharel. Já a senhora ministra, quanto a mim, é de um estalinismo intocável. Bem podia emigrar, no tempo e no espaço.

Um abraço

Anónimo disse...

Amiga MPS
Há milhares, a repararem nisto!
Amanhã vou encontrar-me com alguns, que decerto vão fazer a mesma pergunta"ONDE ESTÁ A SERIEDADE DO PROCESSO?
abraço
José Manangão

MPS disse...

Caro José Manangão

Se me diz, acredito, mas a esta faceta nunca li nem ouvi ninguém referir-se-lhe.

Um abraço

Isamar disse...

Isto � t�o claro! Se todos est�o envolvidos no mesmo processo, os mais " baixinhos" v�o ter mesmo uma avalia�o inferior.Se o coordenador, titular do
9� escal�o , � candidato ao 10� como vai avaliar um professor do seu departamento tamb�m candidato ao 10�? Com uma classifica�o superior? E depois?
Percebi?
Beijinhosssss

MPS disse...

Cara Sophiamar

Mais ou menos, porque agora não há esses escalões. A questão está nas quotas das avaliações de Excelente e de M. Bom, as únicas que darão alguma vantagem, penso que monetária (só penso, porque isto é pouco claro). Imaginemos: há 200 professores no agrupamento mas, suponhamos, apenas 1 pode ser excelente e 4 muito bons (as quotas são atribuídas anualmente em função da classificação que a escola obtiver nos exames nacionais). Diga-me lá se haverá alguém que não reserve para si as classificações superiores, tendo em conta que avaliadores e avaliados são candidatos a elas?

É esta, pois, a imoralidade a que me refiro. A partir deste ano teremos direcções e coordenadores excelentes e muito bons a chefiarem professores bons (duvido, francamente, que sejam muitas as classificações inferiores). Ou seja, os resultados finais da avaliação pouco se distinguirão do modelo anterior. Mas tudo piora muito tendo em conta a enorme sobrecarga burocrática introduzida pelo novo modelo que poderá, em muitos casos, transformar-se em instrumento de medo e, em todos os casos, em instrumento de formatação dos professores, à imagem e semelhança do avaliador. Está introduzida a standardização no sistema de ensino. Confesso que, nos piores momentos, me começo a sentir como um operário na linha de montagem.

Um abraço