A festa da Epifania encerra o ciclo do Natal.
Normalmente fala-se do simbolismo dos presentes que os Reis Magos oferecem a Jesus (ouro, porque Ele é rei; incenso porque é Deus e mirra, porque é Homem e o Seu corpo há-de morrer), mas o verdadeiro presente é outro: é Jesus a oferecer-Se a todos os Homens, sem distinção. É por isso que, liturgicamente, a Epifania significa a apresentação de Cristo aos gentios corporizados nos Reis do Oriente que seguiram a estrela misteriosa.
Apesar de ser apenas S. Mateus a falar-nos deste acontecimento, ele está na essência do Cristianismo enquanto religião universal e S. Paulo haveria de sintetizar isso de forma sublime: “não há judeu nem gentio”.
Na verdade, até à pregação de Jesus, todas as religiões eram religiões de um povo, acontecendo o mesmo com os Hebreus que reclamam o título de “povo eleito” e se referem a Deus como o “Deus de Abraão, Isaac e Jacob”. Eram poucos os prosélitos. Com Cristo difundiu-se a ideia de proselitismo: todos são bem-vindos porque a casa do Pai é grande.
Maomé – que também bebeu nos evangelhos – percebeu isso muito bem e incentivou os submissos de Alá a expandirem a sua crença. O Cristianismo e o Islamismo são, por isso, das grandes religiões do mundo, aquelas que mais se dedicam à expansão dos seus credos. Porque Deus de todos é Pai. Tudo deveria ser assim: simples!
Painel de azulejos representando o presépio (Convento da Madre de Deus / Museu Nacional do Azulejo)
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4 comentários:
E só não será porque o Homem é Homem e alguns homens não querem!
Um abraço.
Jorge
Que mais dizer a tão eloquente uso de maiúsculas e minúsculas?
Outro abraço
Cara MPS
Talvez por o Cristianismo e o Islamismo serem, das grandes religiões do mundo, aquelas que mais se dedicam à expansão dos seus credos que exista um choque tão grande entre ambas?
Obrigado pelo poema de David Mourão Ferreira.
Aceito-o de boamente.
Quanto à questão da polémica sobre as celebrações natalícias... (que comento fora de sitio) parecem quase as histórias à boa maneira portuguesa em que tudo se questiona desde que seja para fazer incidir sobre o "questionário" os holofotes da ribalta-
Abraço e bom ano 2007.
Não creio, Chanesco. O problema é que há gente má em todos os credos!
Boa piada, ó último parágrafo!!!
Um abraço também. Já lhe sentia a falta.
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