06/01/2008

Dia de Reis

Imagem retirada daqui

António Barreto e o Público que me perdoem...

Não sei se Sócrates é fascista. Não me parece, mas sinceramente, não sei. De qualquer modo, o importante não está aí. O que ele não suporta é a independência dos outros, das pessoas, das organizações, das empresas ou das instituições. Não tolera ser contrariado, nem admite que se pense de modo diferente daquele que organizou com as suas poderosas agências de intoxicação a que chama de comunicação. No seu ideal de vida, todos seriam submetidos ao Regime Disciplinar da Função Pública, revisto e reforçado pelo seu Governo. O Primeiro-Ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra a autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas.

Temos de reconhecer: tão inquietante quanto esta tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder é a falta de reacção dos cidadãos. A passividade de tanta gente. Será anestesia? Resignação? Acordo? Só se for medo…


António Barreto, "Sócrates e a Liberdade" in Público 6 de Jan. 2008´

E porque a pergunta final é interrogação retórica, abstenho-me de comentar.

8 comentários:

Chanesco disse...

Minha cara MPS

Tenho vindo de post em post a pagar as dívidas pela minha prolongada ausência e, ao chegar a este último, fico um pouco como aquela pessoas que ouvem, pensam e se ficam pelo que lhes parece.

O anterior, sim, é um hino à dedicação, que deixa adivinhar a riprocidade da estima entre alunos e professora.

Um abraço Raiano

Porca da Vila disse...

Acrescentaria a desilusão. Da classe média, da função pública, dos idosos e dos reformados. Levados à conclusão de que já não vale a pena votar sequer...

Um Xi Grande

MPS disse...

Caro Chanesco

É bem verdade que senti a sua falta, mas não se ponha de castigo a ler tudo e mais umas botas, só porque esteve ausente durante algum tempo!

Obrigada pelas suas inestimáveis palavras.

Um abraço

MPS disse...

Caríssima PV

... e também dos cidadãos do interior do País que foram sentenciados à extinção num processo inverso ao dos índios. Aos índios foi-lhes sendo invadida e roubada a terra; do interior do nosso país são retirados os serviços essenciaias à sobrevivência e à vida civilizada. E quando já lá não houver homens, quem manda dar-se-á por satisfeito.

Um abraço

Anónimo disse...

Penso que, a dependência a que o povo está sujeito, leva-o a aceitar todas as imposições, arrogantes ou não.
A maioria do povo, nem sequer chega a ver o seu salário, ele entra no Banco e, lá fica e, eu vou ficar por aquí, não vou desmultiplicar isto senão para o ano, ainda aquí estamos.
josé manangão

Isamar disse...

Será que o medo está instalado? O pessoal parece anestesiado mas não creio que a perda da palavra se deva à força da anestesia. Deve-se ao susto?Talvez!

Beijinhosss

MPS disse...

José Manangão

A precariedade é mãe de muita submissão. E quem manda sabe bem disso!

Obrigada pelo seu contributo

MPS disse...

Sophiamar

A sua é uma pergunta retórica!

Alguns historiadores manifestaram-se contra este artigo de António Barreto e outro de Pacheco Pereira que, tal como Barreto, também levanta a questão do fascismo. Dizem esses alguns historiadores - e é verdade - que devemos ser rigorosos no uso dos conceitos. Mas não lhes dou razão em praticamnete mais nada!

Os fascismos apresentam-se, normalmentte, sob o signo do progresso e agem em nome do povo que, ou não consultam, ou fazem-no de modo a obter a resposta que querem.

Pessoalmente, ainda consigo ver duas diferenças entre o "socratismo" e as práticas fascistas: por enquanto ainda não estamos submetidos ao partido único e, ao contrário dos fascismos, o "socratismo" não consegue amplo aplauso popular (embora, às vezes, o alcance, mormente quando ataca professores e magistrados).

Mas lá chegará, dêem-lhe tempo, porque o seu grande anseio é ver-se divinizado!

Um abraço