Ela convenceu-se que aquele lírio ocupava, em sua casa, o lugar das avencas na casa da mãe.
Em casa de D. Teresa as plantas dos vasos eram sempre belas e fartas. Mesmo as mais delicadas medravam num viço de espantar. Mas as avencas não! Ela abrigava-as; mudava-lhes a terra; plantava novos rebentos – mas qual quê! As coitadas iam mirrando e amarelecendo até que, por fim, morriam. Em toda a vida, nunca a D. Teresa conseguiria a vitória de um belo vaso de avenca a enfeitar-lhe um lugar da casa.
D. Teresa faleceu num dia de Primavera prestes a chegar. Nesse Verão, o lírio do vaso da filha floriu em abundâncias de espanto. Em todos os outros vasos nasceram-lhe raminhos frescos de avenca.
4 comentários:
Realidade? Ficção? Não sei... fico a pensar que ambas, e que isto aconteceu de verdade... e que afinal é bem capaz de haver vida para além da morte, seja sob que forma for...
Um Xi Grande
Cara PV
Há coisas que nos dão que pensar, sabendo que ajuizamos os acontecimentos à luz do que temos dentro de nós.
Um abraço
Há 'novidades' na Reserva!
Bom fim-de-semana.
Um Xi Grande
Caríssima P.V.
Não poderia ter-me dado honra maior.
Um abraço
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