14/07/2006

"Se as minhas mãos pudessem..."

Se as minhas mãos pudessem desfolhar

Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranquila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!

Tantas as leituras, tão belo o poema!

4 comentários:

Jorge P. Guedes disse...

A paixão pelas palavras, pelos livros, pode produzir textos como este...se o poeta é poeta e o leitor sabe ler.

MPS disse...

Percebeste-me bem!

MPS disse...

Thanks. I'm sorry, but i can't find your site!

Anónimo disse...

o que eu estava procurando, obrigado