Grande Lisboa, a meio da tarde. A senhora estaciona o automóvel perto de casa. Sai e anda meia dúzia de passos. Três jovens aproximam-se dela: "A chave do carro!" - exigem, ameaçando com a faca no bolso.
Duas semanas mais tarde, noutro local da grande Lisboa, a meio da tarde. A senhora estaciona o automóvel e larga a filha à porta da casa da explicadora. Inexperiente, porque o modelo era novo, trancara a direcção e não estava a ser capaz de voltar a pôr o carro em marcha. Senta-se e abre o livro de instruções, atenta ao automóvel da frente, onde, três jovens cochicham, entram e saem, mexem em objectos. A senhora assusta-se e telefona para a polícia que chega em breves minutos, no preciso momento em que o condutor suspeito, manobrando, encostava o seu ao lado do carro da senhora, tolhendo-lhe os movimentos. Os dois comparsas têm tempo de fugir, mas o condutor é preso.
No mesmo dia, à noitinha, a primeira das duas senhoras recebe um telefonema da polícia: o seu atomóvel fora encontrado. Na esquadra relatam-lhe as circunstâncias e informam-na de que o seu veículo ficará apreendido por alguns dias para que a Judiciária possa fazer as necessárias peritagens.
Três dias depois, ansiosa, a senhora vai levantar o carro. Estava sujo por fora e por dentro, por causa do pó de detecção de impressões digitais, mas fora isso, não se vislumbrava nenhum problema. Dentro do porta-bagagens, informam-na, fora apreendida uma caçadeira.
Apesar da boa aparência, pareceu-lhe conveniente levar o carro ao mecânico, seu conhecido de longa data. Chegada a casa, recebe telefonema do mecânico, insistindo com ela para que fosse à oficina. Não lhe podia dizer nada por telefone. Aí chegada, o mecânico pede-lhe que veja o que está dentro da bolsa pendente das costas do banco do condutor: uma pistola foi o que os seus olhos viram. Calibre de guerra, foi o que lhe disse a brigada da Judiciária onde se dirigiu para a entregar.
E esta história, que começara tão bem com a intervenção pronta da PSP, termina desta maneira!
10 comentários:
Que fazer?!
As prisões estão cheias, os jovens são alicidados, para tudo exepto para aquilo que seria normal e saudável, a droga e as armas, circulam, quase impunemente, os policias não chegam para guardar os senhores que têm direito a vigilância contínua, Ministros Juizes, enfim, as autoridades não querem admitir,mas o crime organizado é um facto, e a ostentação é outro, coitados dos que nada têm a ver com uns e outros,é a velha frase:-"quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão".
Abraço
Manangão
Minha cara MPS
Pelos vistos o pó de detecção de impressões digitais chegou a todo o lado salvo à pistola escondida, à vista.
So prova o empenho das polícias na investigação de casos menores.
Abraço
Caro Manangão
Tudo quanto diz é verdade, mas há-de concordar comigo que o(s) agente(s) que encontrou a caçadeira também devia ter encontrado a pistola. É o mínimo!
Um abraço
Caro Chanesco
É isso mesmo: desleixo. A PJ precisou de três dias para NÃO inspeccionar devidamente o carro!
Um abraço
Cara MPS, pois é, caiu-me agora o queixo!
A polícia inspeccionou o carro e deixou lá uma pistola?
E eu a pensar que já pouco me podia surpreender, desde que me pediram 10 euros por cada queixa que fazia quando em 9 meses me roubaram o carro 4 vezes. Como aos 60 anos assumi o estatuto de dizer o que penso, disse-lhes que estavam "feitos com os ladrões".
Roubada duas vezes, não!!!
E não estão? E não paguei.
Um abraço amigo
Quero crer que a arma tenha sido esquecida por algum dos agentes da Judiciária que examinaram o carro, pois não estou a ver bem como é que um objecto daqueles poderia passar sem ser visto durante uma peritagem! Coisa que não deixa de ser igualmente grave, ou até mais! Ou então o exame ao carro limitou-se ao espalhar de pó apenas para fazer de conta!
Bom fim-de-semana.
Um Xi Grande
Cara Meg
Essa agora! Então paga-se multa por se ter sido roubado???? Há cadas uma!
Fez muito bem puxar os galões de "Recalcitrante mor".
Um abraço
P.S. Qutro vezes em nove meses? Caramba!
Caríssima PV
Nem pensei nessa hipótese. Pode ser, pode, mas custa-me a acreditar, porque a polícia costuma trazer a arma e segura. Penso eu, por cuasa dos filmes...
A pessoa em causa não pára de perguntar-se: e se o mecânico não tivesse visto e, um dia, me mandassem parar numa operação stop?
São coisas...
Um abraço
Ai!Ai! Nunca pensei vir a ser personagem principal de um blogue na internet. Infortunios da vida, nos dias que correm.
Beijinhos
ES
ES
Deus nos livre de tais protagonismos, não é? Mas, como podes ver pelo comentário da Meg, há quem tenha azares semelhantes.
Beijos
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