Ferreira Fernandes lembrou-me ontem dela, no DN. Deixo-a aqui, inteirinha, endereçada a todos os de direito.
Exmo. Sr. Duque de Cadaval:
Se meu nascimento, embora humilde, mas tão digno e honrado como o da mais alta nobreza, me coloca em circunstância de V. Excia. me tratar por TU - Caguei para mim que nada valho.
Se o alto cargo que exerço, de Corregedor da Justiça do Reino em Santarém, permite a V. Excia., Corregedor Mor da Justiça do Reino, tratar-me acintosamente por TU, - Caguei para o cargo.
Mas, se nem uma nem outra coisa consentem semelhante linguagem, peço a V. Excia. que me informe com brevidade sobre estas particularidades, pois quero saber ao certo se devo ou não Cagar para V. Excia.
Santarém, 22 de Outubro de 1795
PINA MANIQUE Corregedor de Santarém
Sói lembrar-se que Pina Manique, então, Corregedor de Santarém, será o futuro Intendente Geral de Polícia. O Duque de Cadaval, Corregedor-Mor da Justiça do Reino, era, à data da carta, o superior hierárquico de Pina Manique. Esta carta está na Biblioteca Nacional de Lisboa.
18 comentários:
Amiga MPS
Aquí assenta que nem uma luva aquela frase:-"quem quer ser respeitado tem que dar-se ao respeito"
Dava muito geito termos agora um Pina Manique, para acabarmos com o "porreiro pá"
Parabens pela escolha desta canção
tão bonita do Zeca!
Abraço
Manangão
Caro Manangão
Ora, diz muito bem!
Do Pina Manique não tenho muitas saudades, tendo em conta o seu trabalho como Intendente Geral da polícia (mas tem a criação da Casa Pia como obra grande).
Esta canção ("Por trás daquela janela") é, para mim, das mais belas e sentidas do Zeca.
Um abraço
Cara MPS
Já há muitos dias que não dava umas gargalhadas tão saborosas.
Eu a ler o nome no Ferreira Fernandes - sabe que fizemos a primária juntos no Colégio S.Tomás de Aquino, em Luanda?
Mas tropecei no Pina Manique e chorei a rir.
ADOREI!!!
Um abraço para si, cara MPS, e valeram muito estas gargalhadas!
Cara Meg
Quem ri ganha o dia. Ainda bem que ajudei, embora à custa do Pina Manique!
Um abraço
Brilhante! Sempre gostava de saber o que o senhor Duque terá respondido. Se é que houve resposta!
Um Xi Grande
Caríssima PV
Resposta não deve ter havido, porque sua ex.cia era a mais alta nobreza de Portugal... Engoliu a raiva, concerteza: pedir desculpas estava fora de questão; insistir no tratamento também estaria, pelas razões apontadas pelo Pina Manique!!!
Um abraço
Minha cara MPS
Talvez aqui não seja o caso, mas quando a competencia faz sombra ao dono do sol...
"Ai Jasus que s'apaga a luz!"
Um abraço
PARABÉNS A QUEM ANOS HOJE FAZ!
Dia Feliz!
Saúde, Alegria, esperança e amor.
Caro Chanesco
Ah!Ah!Ah!Ah!Ah!Ah!Ah!
Há que vidas que não ouvia essa!
E deve ser mesmo isso: a competência do de baixo esbatia a luz do de cima!
Um abraço
Anónimo
Pois sim, parabéns a quem!
Por minha parte digo: muita paz. O resto vem por acréscimo.
Cara MPS, claro que tem razão na data...
Como estou há tanto tempo em casa, estava convencida que no próximo feriado já iria trabalhar´.
Mas baralhei-me, o próximo feriado
é em Junho e eu estava em...Abril.
Isto não está a correr nada bem, impõe-se uma ida à capital...que acabei agora mesmo de marcar.
UM ABRAÇO
Obrigada pela observação
Cara Meg
De repente, quem ficou baralhada fui eu. Mas já percebi que se refere a Mário de Sá-Carneiro.
Um abraço
Por coisas e loisas nunca tive grande predilecção pela figura de Diogo Inácio de Pina Manique, Intendente Geral da Polícia da Corte e Reino de Portugal, 1.º Senhora da vila de Manique, Alcaide-mor do castelo de Portalegre, Chanceler-mor do Reino, Desembargador do Paço, membro do Conselho de Sua Majestade, Administrador Geral Alfândega Grande de Lisboa, Feitor-mor das Alfândegas do Reino e mais um enorme etc., tais eram as comendas de pendão e caldeira cumulativas em poucos anos de vida...
Lembro-me do José Carlos Ary dos Santos, que era para aí tetraneto do intendente Pina Manique, dizer cobras e lagartos, alhos e bugalhos, deste seu avoengo.
Já agora e fora do contexto, a família paterna do poeta José Carlos Ary dos Santos, era oriunda de Bragança, onde o avô Carlos Ary Gonçalves nascera em data próxima ao ano de 1880. Coisas e migalhas da genealogia, a que devoto algum do meu tempo.
O duque em questão era D. Miguel Álvares Pereira de Melo, 5.º Duque de Cadaval, 7.º Marquês de Ferreira, 8.º Conde de Tentúgal, marechal-de-campo do Exército Real, fidalgo de cepa e truz, perdidos na ruína durante o liberalismo por serem miguelistas do mais ferrenho timbre, exilados sem ânsias para não jurar a constituição imposta, a fim não reconhecerem a bandeira azul-e-branca, permanecendo fiéis no exílio ostracista mais de 120 anos, até regressaram a Portugal na década de 1950. Foi obra, onde a dignidade veste asas da paixão!
E quando ao cronista do DN, o tal Ferreira Fernandes, dispenso e passo largo do seu cariz e contumácia ideológica. Tresanda. Arrepiei dali, pela zombaria e enojo de dez-réis...
Meu caro Jofre
Comungamos o desamor pelo zelo inquisitorial de Pina Manique, arauto de um Portugal que teimava em viver de costas voltadas para a mudança e que, pelos seus serviços, era supinamente recompensado como o meu amigo muito bem referiu.
Aos duques do Cadaval reconheço-lhes a coerência: saem com D. Miguel derrotado e voltam com D. Miguel ressuscitado. As prisões apinhadas de gente de pensamento livre são coisas sem importância para tão elevada fidalguia.
Qusera ter o coração de ouro do meu amigo, para ser capaz de passar por cima destas coisas!
Apesar de, ideologicamente, estar nos antípodas de Ferreira Fernandes, aprecio nele a enorme capacidade de escrever bem e de dizer muito em pouquíssimas palavras.
Um abraço e, como sempre, o meu bem-haja pelo muito que acrescenta a esta página.
Cara MPS,
Estive um tanto recolhida, foram 4 dias de uma preguicite aguda. Até que voltei por fim.
E hoje aqui, ainda com o pina Manique, sorrio mais uma vez e deixo-a com um abraço e com o desejo de um bom fim de semana.
Meg
Cara Meg
O tempo escasseia para quem dá prioridade à profissão e à família. Assim, sobra pouco para o resto.
Um abraço
com certeza, mps e não concerteza.
Prezadíssimo anónimo
Corei até ao pescoço! Tem muita razão e agradeço-lhe o reparo! Agora vou penitenciar-me e escrever à mão:
Com certeza é locução adverbial não é advérbio.
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