Um dia também nós ganharemos a aparência etérea dos velhos. O corpo dos velhos parece que perde consistência e balanceia submetido a forças que nós não sentimos. Talvez seja por isso que os seus pés quase não pisam o chão e o seu caminhar se torna oscilante, como se flutuassem. O andar dos velhos é o primeiro sinal de que eles se despedem de nós.
Depois são os olhos, afundados por cataratas de vento. Em que momento perderam o brilho e a cor, como se já não houvesse vida dentro deles nem vida fora deles que possa ser olhada e transmitida do mesmo modo que antes? A cor esbatida dos olhos dos velhos conduz-lhes o olhar para lugares inacessíveis a quem não tem a idade deles.


O mundo dos velhos está todo guardado em recordações. Um dia, também eles hão-de desejar ser recordação. E o nosso coração aperta-se por nós, que os queremos abraçar sempre.
Depois são os olhos, afundados por cataratas de vento. Em que momento perderam o brilho e a cor, como se já não houvesse vida dentro deles nem vida fora deles que possa ser olhada e transmitida do mesmo modo que antes? A cor esbatida dos olhos dos velhos conduz-lhes o olhar para lugares inacessíveis a quem não tem a idade deles.
O mundo dos velhos está todo guardado em recordações. Um dia, também eles hão-de desejar ser recordação. E o nosso coração aperta-se por nós, que os queremos abraçar sempre.
